Maduro convoca venezuelanos alistados aos quartéis para aprender 'a atirar'

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Barco da Guarda Costeira da Venezuela monitora costa de Puerto Cabello diante das tensões com a aproximação de navios militares dos EUA, em 11 de setembro de 2025.
Juan Carlos Hernandez/ Reuters
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, convocou reservistas, milicianos e jovens alistados a comparecer em quartéis de todo o país neste fim de semana para treinamentos de tiro diante das tensões com os Estados Unidos.
“Todos os venezuelanos que se alistaram […] O povo para seus quartéis para receber treinamento e aprender nos polígonos de tiro a atirar para a defesa da pátria”, anunciou Maduro durante um ato transmitido pela televisão estatal na sexta-feira (12).
O treinamento será direcionado a ensinar técnicas militares e, principalmente, a atirar, segundo o presidente venezuelano.
Nas últimas semanas, os Estados Unidos enviaram oito navios para o sul do Caribe para o que definiram como manobras contra o tráfico internacional de drogas. Washington não apresentou oficialmente uma ação direta contra a Venezuela, mas Maduro denuncia um “assédio” e uma ameaça disfarçada de luta contra o narcotráfico.
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O presidente ordenou o envio de pelo menos 25 mil efetivos das forças armadas a estados fronteiriços com a Colômbia e o Caribe, e convocou os cidadãos a se alistarem na Milícia Bolivariana, um corpo armado composto por civis, para somar fileiras diante de uma eventual invasão americana.
“Os membros da comunidade, milicianos, reservistas, jovens e pessoas que se alistaram bravamente serão destacados para as 312 unidades militares da Venezuela. Eles ficarão nos quartéis para receber o treinamento tático necessário”, disse Maduro nesta sexta.
O presidente venezuelano compareceu ao ato da juventude chavista em um ambiente festivo, dançando e cantando, e depois pronunciou seu discurso inflamado.
“Todas as armas que a República possui para se defender: fuzis, tanques e mísseis foram mobilizados por todo o país para defender nosso direito à paz. Quem quer paz, prepare-se para defendê-la”, proclamou.
Segundo publicações militares especializadas, como o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, na sigla em inglês), a Milícia na Venezuela dispõe de cerca de 212 mil efetivos, que se somam aos 123 mil soldados dos outros quatro ramos das forças armadas.
Mas generais reformados consultados pela AFP estimam que, na realidade, apenas cerca de 30 mil milicianos estão bem treinados e armados nesta força altamente ideologizada, formada principalmente por aposentados, funcionários públicos e membros do Partido Socialista.
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Arte/g1

https://g1.globo.com/

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