O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, durante coletiva de imprensa em 1º de setembro de 2025
REUTERS/Leonardo Fernandez Viloria
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta segunda-feira (8) que as comemorações de Natal no país serão antecipadas para 1º de outubro. Este é o segundo ano consecutivo em que o governo adota a medida.
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A visita acontece dias depois de um ataque norte-americano contra um barco carregado com drogas que navegava pelo Caribe. Segundo o presidente Donald Trump, a embarcação havia saído
O anúncio foi feito durante o programa de Maduro na emissora estatal VTV, que começou com uma música natalina. O presidente disse que decidiu adiantar o Natal porque os venezuelanos “estão constantemente em busca de felicidade”.
“Com alegria, comércio, atividade, cultura, canções natalinas, gaitas… É a maneira de defender a felicidade, o direito à felicidade, o direito à alegria”, afirmou. “Ninguém e nada neste mundo tirará nosso direito à felicidade, à vida e à alegria.”
A declaração ocorre em meio à escalada de tensões entre Estados Unidos e Venezuela. Atualmente, oito navios da Marinha dos EUA foram deslocados para áreas próximas ao país. Segundo a agência Reuters, sete estão no Caribe e um no Oceano Pacífico. O governo norte-americano justifica a ação como parte de uma operação contra o narcoterrorismo.
Em 2024, o Natal na Venezuela também começou em 1º de outubro. Na época, especialistas apontaram que a medida era uma tentativa de distração, enquanto o governo prendia opositores que contestavam o resultado das eleições presidenciais.
Maduro também antecipou o Natal em 2020, durante a pandemia, e em 2013, ano em que assumiu o poder.
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A operação dos EUA
Aumentam as tensões entre Estados Unidos e Venezuela
Navios dos EUA foram enviados para o sul do Caribe, no fim de agosto, incluindo um esquadrão anfíbio, além de 4.500 militares e um submarino nuclear. Aviões espiões P-8 também sobrevoaram a região, em águas internacionais.
A operação se apoia no argumento de que Maduro é líder do suposto Cartel de los Soles, classificado pelos EUA como organização terrorista.
Os EUA consideram o presidente venezuelano um fugitivo da Justiça e oferecem recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à prisão dele.
No fim de agosto, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, se recusou a comentar objetivos militares da operação, mas disse que o governo Trump vai usar “toda a força” contra Maduro.
O site Axios revelou que Trump pediu um “menu de opções” sobre a Venezuela. Autoridades ouvidas pela imprensa americana não descartam uma invasão no futuro.
Enquanto isso, Caracas vem classificando a movimentação como uma “ameaça” e mobilizando militares e milicianos para se defender de um possível ataque.
Analistas ouvidos pela agência de notícias Reuters avaliam que a frota enviada ao sul do Caribe é desproporcional para uma simples ação contra o tráfico. Um esquadrão anfíbio, por exemplo, poderia ser usado para uma invasão terrestre.
O doutor em Ciência Política pelo IUPERJ Maurício Santoro, colaborador do Centro de Estudos Político-Estratégicos da Marinha do Brasil, avalia que, em um primeiro momento, uma invasão terrestre pode ser inviável, mas um bombardeio é possível.
“É uma situação muito semelhante àquela do Irã, alguns meses atrás. O volume de recursos militares que os Estados Unidos transferiram para o Oriente Médio naquela ocasião, e agora para o Caribe, são indicações de que eles estão falando sério”, disse.
“Não é simplesmente um blefe. Há preparação para algum tipo de intervenção militar.”
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