Charlie Kirk: polícia prende Tyler Robinson, suspeito de matar ativista apoiador de Trump
A música Bella Ciao, cuja letra foi encontrada em uma bala da arma que teria sido usada para matar o ativista conservador Charlie Kirk, na última quarta-feira (10), é facilmente associada à série da Netflix La Casa de Papel.
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No seriado, os protagonistas, que planejam um assalto bilionário à Casa da Moeda de Madri, entoam a canção em momentos-chave da trama.
Mas a história da canção remete à Segunda Guerra Mundial, quando se tornou um hino da resistência italiana contra o fascismo de Benito Mussolini e as tropas nazistas.
Desde então, Bella Ciao, que tem autoria desconhecida, é entoada em protestos ao redor do mundo, principalmente por movimentos antifascistas — formado por ativistas de esquerda radical, que tem um forte discurso anticapitalista.
Segundo autoridades dos Estados Unidos, as balas usadas por Tyler Robinson, preso nesta sexta-feira (12) pelo atentado contra Charlie Kirk, tinham referências do movimento Antifa, ou antifacista.
Mas a origem de Bella Ciao pode ser ainda mais antiga.
Alguns sugerem que a melodia é uma adaptação de uma canção Klezmer — um gênero que emerge da tradição musical de judeus asquenazes, da Europa Oriental —, mais especificamente de Oi Oi di Koilen, do acordeonista ucraniano Mishka Ziganoff.
A música foi gravada em Nova York, em 1919, e teria sido levada para a Itália por um imigrante que retornou dos Estados Unidos.
Ao ouvir a melodia e a letra em iídiche (dialeto das comunidades judaicas da Europa Central e Oriental) são várias as semelhanças com Bella Ciao.
Uma outra versão, contudo, indica que a música surgiu das canções populares das trabalhadoras dos campos de arroz do vale do rio Pó, no norte da Itália, no século 19.
Canções populares como Picchia alla Porticella e Fior di Tomba, por exemplo, têm trechos que lembram Bella Ciao.
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Hino internacional de resistência
Tyler Robinson, suspeito de matar o ativista e apoiador de Trump, Charlie Kirk
Governo de Utah via AP
Mas a história de Bella Ciao não termina aí.
Nos anos 60, a música se tornou um hino popular durante as manifestações de trabalhadores e estudantes na Itália.
No governo de Silvio Berlusconi, partidos de esquerda italianos cantavam a música antifascista como forma de protesto.
Mais recentemente, durante uma manifestação de bancários por aumento salarial em Buenos Aires, os funcionários parodiaram a letra de Bella Ciao e cantaram para o governo de Mauricio Macri: “Somos bancários, queremos aumento e Macri tchau, tchau, tchau”.
Em 2013, Bella Ciao foi entoada em protestos em Istambul e, em 2014, nos atos pró-democracia em Hong Kong.
Na Grécia, partidos de esquerda radical também utilizaram a canção em campanhas eleitorais.
Há várias versões de Bella Ciao em ritmos que vão do punk ao ska. A canção foi gravada por Mercedes Sosa e Manu Chao, entre outros.
No Chile, no início dos anos 1970, durante o governo de Salvador Allende, o grupo Quilapayún adotou Bella Ciao como uma canção de protesto.
Veja a letra de Bella Ciao, em tradução livre para o português:
Uma manhã, eu acordei
Bela, tchau! Bela, tchau! Bela, tchau, tchau, tchau!
Uma manhã, eu acordei
E encontrei um invasor
Oh, partigiano (membro da Resistência), leve-me embora
Bela, tchau! Bela, tchau! Bela, tchau! Bela, tchau, tchau, tchau!
Oh, membro da Resistência, leve-me embora
Porque sinto que vou morrer
E se eu morrer como partigiano,
Bela, tchau! Bela, tchau! Bela, tchau, tchau, tchau!
E se eu morrer como partigiano,
Você deve me enterrar
E me enterre no alto das montanhas
Bela, tchau! Bela, tchau! Bela, tchau, tchau, tchau!
E me enterre no alto das montanhas
Sob a sombra de uma bela flor
E todas as pessoas que passarem
Bela, tchau! Bela, tchau! Bela, tchau, tchau, tchau!
E todas as pessoas que passarem
Te dirão: Que bela flor!
E essa será a flor da Resistência
Daquele que morreu pela liberdade
E essa será a flor da Resistência
Daquele que morreu pela liberdade
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