Número de mortos após protestos no Nepal sobe para 51

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Nepal em chamas: quem são os manifestantes e qual a origem dos protestos no país
O número de mortos após os protestos no Nepal subiu para 51 pessoas, informou o porta-voz da polícia do país nesta sexta-feira (12). Segundo o pronunciamento, os mortos incluem 21 manifestantes, 9 prisioneiros, 3 policiais e 18 ‘outros’.
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Os protestos no Nepal começaram nesta segunda-feira (8) com confrontos entre a polícia a manifestantes na capital, Catmandu.
As manifestações aumentaram após o governo tirar do ar plataformas como Facebook, Instagram, YouTube e X. O balanço anterior das autoridades apontava para 19 mortos e mais de 100 feridos.
Segundo a TV estatal nepalesa, as manifestações são contra um bloqueio das redes sociais, como Facebook e Instagram, imposto na semana passada e por acusações de corrupção contra o governo.
O slogan dos protestos: “Bloqueiem a corrupção, não as redes sociais”.
O governo justificou o bloqueio dizendo que as plataformas não colaboraram com a Justiça do país para combater usuários que, usando identidades falsas, estavam espalhando discurso de ódio e notícias falsas, cometendo fraudes e outros crimes.
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Ministra e marido agredidos após ter casa invadida
Os manifestantes chegaram a registrar em vídeo a invasão à casa de uma das autoridades do Nepal que foram vítimas de violência durante os protestos.
As imagens, gravadas com celular, mostram vários jovens vandalizando a residência da ministra das Relações Exteriores do país, Arzu Rana Deuba, e a atacando com ofensas e agressões.
Depois, o vídeo mostra o marido dela, Sher Bahadar Deuba, que é ex-primeiro ministro do Nepal, sendo carregado, com a camisa rasgada e o rosto ensanguentado.
A casa de outras autoridades também foi alvo nesta terça, como a do primeiro-ministro que renunciou, KP Sharma Oli, e outros antigos premiês
De acordo com o jornal “The New York Times”, os manifestantes colocaram fogo na casa de Jhala Nath Khanal com sua mulher, Ravi Laxmi Chitrakar, lá dentro. Ela teria sofrido queimaduras graves.
Manifestantes colocam fogo no principal edifício administrativo do governo do Nepal, em Katmandu
Anup Ojha / AFP
🔥 Escalada da violência mesmo após renúncia
Pressionado pela intensa revolta popular, o primeiro-ministro, KP Sharma Oli, renunciou ao cargo nesta terça-feira (9).
Oli afirmou que a renúncia busca “dar novos passos em direção a uma solução política”.
A decisão, no entanto, não foi suficiente para acalmar os ânimos e o Parlamento foi invadido e incendiado por manifestantes.
Casas de autoridades do país, incluindo a do atual premiê, também foram atacadas e queimadas.
Dois aeroportos foram danificados, assim como os hotéis Hilton e Varnabas.
O aeroporto de Kathmandu, principal porta de entrada internacional do Nepal , foi fechado por causa da fumaça dos incêndios provocados pelos manifestantes .
Civis foram fotografados portando rifles de assalto pelas ruas da capital.
Ambulâncias e veículos de segurança foram atacados por manifestantes.
Manifestantes invadem e incendeiam complexo do Parlamento do Nepal durante protesto generalizado contra o governo em Catmandu 9 de setembro de 2025.
REUTERS/Adnan Abidi
🚨 Medidas tomadas pelo governo
O Exército do Nepal emitiu um comunicado afirmando que iria assumir a responsabilidade pela lei e pela ordem no país a partir das 22h do horário local – 13h de Brasília.
Autoridades apelaram aos cidadãos para que parem com todos os atos de incêndio criminoso e saques.
O Ministério da Saúde do Nepal incentivou a população a doar sangue em hospitais locais e no banco de sangue central do país.
Um toque de recolher foi imposto em áreas estratégicas da capital, incluindo o gabinete do premiê e a casa do presidente, desde esta segunda-feira.
Manifestantes comemoram com bandeira do Nepal após entrar em complexo do Parlamento nepalês durante protesto contra o governo em 9 de setembro de 2025.
REUTERS/Adnan Abidi
🏔️ Cenário político e socioeconômico do país
O presidente do Nepal, Ram Chandra Paudel, aceitou a renúncia de Oli e já iniciou o processo para escolher um novo premiê, afirmou um oficial próximo a Paudel à agência de notícias Reuters.
O Nepal vive sua pior crise em décadas desde o fim da monarquia em 2008, com instabilidade política e econômica.
Os jovens nepaleses estão frustrados há anos com a falta de empregos, e milhões foram trabalhar no Oriente Médio, Coreia do Sul e Malásia, principalmente em canteiros de obras, de onde enviam dinheiro para casa.
Ministra das Relações Exteriores do Nepal recebendo chute forte nas costas de um manifestante
EYEPRESS via REUTERS
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